sexta-feira, 15 de outubro de 2010

olhando para o outono a pensar que ainda é verão

Pois é... Não tarda chega o mês número 11, quando aqui por estes lados ainda parece que se está em pleno Verão. A calma voltou, a luz já é outra, o Sol afastou-se mais para Sul; na verdade a Luz faz toda a diferença. E com ela, toda a quantidade de sensações que vêm à ideia com esta altura do ano. O ar está mais fresco, mais fino, mais leve. Vive-se a sensação de algo que está para acontecer, e mesmo que não aconteça já, sabe-se que mais cedo ou mais tarde, qualquer coisa de especial se há de passar.
Olhando para o mar riscado de linhas de ondulação, com umas côres só possíveis noutras paragens com uns óculos escuros de lentes polarizadas, penso se a antecipação dos bons momentos, das ocasiões especiais, não será já parte desses momentos. Vendo essas linhas de ondulação, energia pura a marchar para terra, com os azuis e verdes a misturar-se com o branco da areia e os reflexos do Sol na água, tudo isto bem composto por um vento de terra, quase que arrepia pensar naquilo que pode ser, mesmo que agora não passe de uma promessa. Essa pura energia carrega as baterias de quem vive imerso num mundo que pode parecer estranho, mas que é tão somente o mundo de quem sabe que encontrou algo que faz ter a plena consciência que vale a pena estar vivo.
Melhor que toda essa conversa, é quando essa antecipação e esse "sonhar acordado" se vêem transformados em realidade, tendo a lucidez para nos darmos conta de que ESSE momento é AQUELE momento. Que, afinal, aquela antecipação tem razão de ser porque esses instantes o justificam. É o sentir toda essa energia transferida para dentro de nós, em momentos de puro e extremo conforto, como se estivéssemos iluminados por dentro. Nestas alturas não vale a pena pensar em dúvidas existenciais, porque estamos cá, o que somos, para onde vamos... Aquela energia leva-nos para onde queremos ir, e o estar ali é tudo. O mar, o ar livre, o céu, o vento. Não é preciso mais.
Receita: água, sal, areia ou pedra, vento de terra q.b., sol, companhia pouca mas boa e como consequência, sorrisos rasgados para toda a gente.

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